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Elo do Carmo Guimares MG PE


Poema de Elo Guimares

A Porta da Noite

Foi depois do baile que a rebelio explodiu.
Entre gritos e murmrios todos os loucos abriram uma porta e fugiram
como gado espantado.

Desceram as escadas rumo a desconhecidos esconderijos .
Pensando que mais alm encontrariam outra porta por onde pudessem escapar para a to sonhada liberdade...

Subitamente , ao invs de portas encontraram grades.
Pior que isso, quase a morte, com seus carrascos da dor, do medo, da violncia.

O baile fora alegre, bem carnavalesco;
Carnaval no hospcio “coisa de Louco” …
Sensacional, fantstico!
Homens e mulheres comemoravam, cantando suas inconscientes memrias,
seus delirios, suas glrias….
O salo era imenso, a msica deslumbrante!
Os pacientes sambavam, tangavam, comemoravam aquela super-loucura que
de seus peitos e seus lbios emergia borbulhantemente.

s vezes se agarravam e arrancavam um beijo ardente, um abrao quente e se surpreendiam num frenesi alucinante.
Pensavam contentes lamber inconscientes correntes, no olhar deslumbrante de um parceiro-paciente.

De pronto um algum descobre em silncio que num canto do salo havia
uma porta.
Na noite incandescente foi at l, ver se aberta pudesse estar.

Surpreendentemente encontra-a encostada …

Como , uma porta encostada?!
Num hospcio as portas sempre trancadas e agora uma porta encostada?

O algum voltou-se em silncio e
no baile, diante de iminncia da fuga dos doentes,
sentiu no fundo da alma
a possibilidade de romperem numa rebelio enfurecida
as portas das suas mentes,
as portas dos dementes,
as portas de todas as portas,
e depois, quem sabe,
UFA!!!

respirar devagar, gritar, gritar que
ser louco no pecado, no crime
e sim, a vontade de ser livre,
o desejo de atravessar as grades do inconsciente.

De nada valeu tanto sonhar,
deixar de ser louco para ser gente.
Sonhar ser livre, viver normalmente,
sem torturas.

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